Luiza avalia como positiva a primeira Audiência Pública sobre Moradia Indígena realizada na Aldeia Água Bonita
- 18/09/2025
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A Aldeia Água Bonita recebeu a primeira Audiência Pública sobre Moradia Indígena, um marco histórico para o fortalecimento da cidadania e da luta por dignidade. A iniciativa foi proposta e conduzida pela vereadora Luiza Ribeiro, presidente da Comissão Permanente das Causas Indígenas da Câmara Municipal, que destacou a importância de levar a Casa de Leis até a comunidade. “Estamos felizes em estar aqui, nesta comunidade urbana indígena que há mais de 20 anos reivindica um direito básico: o acesso à moradia. É muito importante que a Câmara, com toda sua estrutura pública, oportunize esse espaço de escuta qualificada”, afirmou a parlamentar.
Durante a audiência, lideranças indígenas, moradores, parlamentares e representantes do poder público trouxeram pautas diversas, com destaque para moradia, educação e lazer. Lisio Lili, do Conselho dos Povos Indígenas, defendeu a criação de uma escola voltada aos povos originários, demanda reforçada por Genilson, representante do povo Kinikinau, que ressaltou a importância do reconhecimento da identidade étnica no contexto urbano. Suzy Guarani relembrou a trajetória de sua mãe, Marta Guarani, pioneira na luta por moradia em Campo Grande, afirmando que segue o legado dela na reivindicação por respeito, consideração e condições mínimas de dignidade.
O cacique Mairson Francisco, da Aldeia Tarsila do Amaral, criticou a omissão da Prefeitura, que não acolhe as demandas indígenas, e destacou o sentimento de indignação diante da falta de respeito e atenção à causa. Também foi lembrado o episódio do incêndio que destruiu casas na comunidade há cerca de um ano, quando não houve a devida assistência às famílias. Na ocasião, Elcio Terena parabenizou a liderança da cacica Aliscinda Terena que luta incansavelmente por melhorias a comunidade, e ressaltou a importância de a audiência ter sido transmitida ao vivo, ampliando a visibilidade das reivindicações.
O Frei Vagner, presente no encontro, lembrou que a cidade precisa reconhecer a presença e a contribuição dos povos indígenas em todos os sentidos e criticou a lógica de construções que avançam sobre áreas verdes, deixando comunidades em situação precária enquanto grandes empreendimentos permanecem ociosos no centro da cidade.
A participação das crianças emocionou o público. Elas entregaram à vereadora Luiza um documento com fotos solicitando melhorias no campo de futebol da comunidade, espaço hoje abandonado, e reforçaram o pedido junto ao time feminino indígena, que deixou o jogo para comparecer à audiência e cobrar respeito diante do preconceito e da segregação ainda vividos no esporte.
Ao final, a vereadora Luiza Ribeiro reafirmou seu compromisso em dar encaminhamento a todas as demandas apresentadas. “São muitos os flagelos vividos, mas várias reivindicações são possíveis de serem atendidas. Faremos nosso papel como agentes públicos e dar os devidos encaminhamentos. Essa foi uma escuta qualificada, com reivindicações importantes, propositivas e necessárias para o bem viver da comunidade”, concluiu.
A próxima audiência pública “Moradia Indígena: Uma Condição para o Bem Viver” já está marcada para o sábado, dia 20 de setembro, na Aldeia Xunako Kopenoti, no Bairro Inápolis.
Paulo Victor
Assessoria de Imprensa do Vereador