Inaugurada, república é chance de recomeço e independência para jovens de Campo Grande
- 15/04/2023
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Foi inaugurada neste sábado (15) a República de Jovens Soraia Chrun, da Associação de Anglicanos Solidários, instituição que vai acolher até 10 jovens de 18 a 21 anos na Vila Anahy, em Campo Grande. O vereador Betinho (Republicanos) foi um dos responsáveis pela organização e acabou sendo escolhido como padrinho do projeto.
“É um dia de muita alegria poder participar da abertura de um projeto tão importante, que vai dar novas oportunidades aos nossos jovens. Esse trabalho social vai resgatar nossos jovens e fazer com que possam sonhar novamente, tendo eles a oportunidade de seguirem uma vida adulta totalmente indepedente”, explicou o parlamentar que representava a Câmara Municipal no evento.
Como funciona a República
A República de Jovens Soraia Chrun vai abrigar rapazes de 18 a 21 anos, vítimas de algum tipo de violência ou maus-tratos, que haviam sido transferidos do convívio familiar e enviados a casas de acolhimento por decisão judicial. Ocorre que eles ficariam nestas instituições de acolhimento até os 18 anos caso não tivessem chance de adoção.
Assim, após os 18 muitos não teriam para onde ir. Por este motivo, foi criada a República que, neste primeiro momento, vai acolher cinco rapazes, podendo chegar à lotação máxima de 10. A casa fica na Rua dos Arquitetos, na Vila Anahy, e conta com três quartos, dois banheiros, cozinha, sala, área administrativa e um pequeno templo religioso.
Ali, os garotos vão receber orientação psicossocial, jurídica e qualificação profissional de uma equipe multidisciplinar. No entanto, apesar do apoio, eles serão responsáveis pelas atividades cotidianas, como preparo dos alimentos, limpeza e organização do local, terão que lavar as próprias roupas e realizar outros afazeres que vão prepará-los para a vida adulta.
De onde surgiu a ideia?
A ideia surgiu da juíza Katy Braun, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de Campo Grande, que foi inspirada por um exemplo em Minas Gerais. Ela então conversou com o vereador Betinho para discutir a possibilidade de pôr o projeto em prática. Betinho, por sua vez, amarrou a ideia junto à Associação de Anglicanos Solidários que abraçou a causa.
Assim, o parlamentar levou o debate adiante e conseguiu R$ 100 mil em emendas da Câmara Municipal para obras de reforma e melhorias no imóvel. Além disso, o custeio mensal será feito pela prefeitura. “Temos que construir políticas públicas que beneficiem nossos jovens, principalmente neste momento em que é muito importante cuidarmos do indivíduo e de sua saúde mental. O próximo passo é construirmos uma república igual, mas para as meninas”, disse o vereador.
A juíza ponderou que apesar de cinco jovens terem sido selecionados pela Justiça para dar início ao programa, há pelo menos mais 20 meninos e 20 meninas na fila esperando uma oportunidade. “Estamos avaliando os perfis de todos para darmos o melhor encaminhamento e esperamos que no futuro todos tenham as mesmas oportunidades”, afirmou.
O reverendo Luciano Neves, coordenador da Associação dos Anglicanos Solidários, pontua que o projeto simboliza o resgate da dignidade. “Vamos dar a essas pessoas uma chance de sonhar novamente, de ter uma família, de ter um bom trabalho, de ser alguém importante para a sociedade. Neste sentido, me faltam palavras para agradecer ao vereador Betinho pelo apoio imprescindível”, declarou.